[1. 24- 29] CHÃO DE APÓSTOLOS 2 (2010).




16/08/2010.
COLOSSENSES. CHÃO DE APÓSTOLOS.
"Agora me alegro em meus sofrimentos por vocês, e completo no meu corpo o que resta das aflições de Cristo, em favor do seu corpo, que é a igreja. Dela me tornei ministro de acordo com a responsabilidade, por Deus a mim atribuída, de apresentar-lhes plenamente a palavra de Deus. (...) A gloriosa riqueza deste mistério, que é Cristo em vocês, a esperança da glória. (...) Para isso eu me esforço, lutando conforme a sua força, que atua poderosamente em mim".
(Trechos de Cl 1. 24- 29 – NVI).
Paulo era dotado de uma capacidade única de anunciar o Evangelho. Acima da cultura, da língua, e do credo vigente encontrado em suas andanças. Quatro coisas faziam de Paulo, um Apóstolo capaz de proclamar Jesus em qualquer tempo, a qualquer povo e em qualquer circunstância. Essas coisas são comuns ao povo de Deus, mas, raramente são encontradas dessa forma, isso é, em perfeita união. É-nos bom Paulo falar sobre isso, pois tal coisa nos fixa uma meta; um objetivo que é bom de ser perseguido. Além do mais, essa sua capacidade lhe conferia condições de "dar pleno cumprimento à palavra de Deus".

           E essas são as quatro coisas que sustentavam as ações do ministério de Paulo:
1        Sofrimento (do grego. Pathema, sofrer, algumas vezes traduzida como "paixão", emoção passiva) – Paulo desejou muito que Timóteo aprendesse a guardar essa condição (II Tm 2. 24). Ao escrever aos Efésios, ele diz que devemos suportar o sofrimento, quando isso significa o crescimento e bem estar de outros. Como Cristo sofreu pela igreja, deve o marido sofrer pela esposa, até que ela entenda seu papel no casamento (5. 22- 29). Por essa palavra de Paulo, fica claro que não é por qualquer coisa que devemos aceitar o sofrer.

2        Aflição (do grego. Thlipsis, que significa sobrecarregar o espírito, sofrer pressão) – Eu entendo aflição como aquela força que em todo tempo opera para tirar de nós o que em Deus já adquirimos. E que muitas vezes nos faz "desesperar até da própria vida". Que em todo tempo busca reverter à sentença imposta sobre nós, escrita pelo sangue de Cristo. Que é a confiança em um Deus que ressuscita os mortos, e salva ainda em vida os justos. Diante do pavor da morte que lhe aguardava, Jesus sentiu esse tipo de aflição. Mas, ela foi violentamente esmagada por sua rendição total ao Pai (Lc 22. 42). A igreja é de Cristo; por isso ele suportou toda a aflição que sua carne poderia carregar. E era na carne, que Paulo era afligido, para também confirmar isso.

3        Fadiga/Esforço (do grego. Kopiaõ, significa trabalhar penosamente, crescer em cansaço, labutar) – Não era simplesmente por admiração e pesquisa biográfica que Lucas, o médico amado, acompanhava Paulo, Apóstolo, e agora velho. Paulo trabalhava incansavelmente na obra de Cristo. Isso levava seu corpo ao esgotamento quase que total. Além dessas coisas exteriores, ele sentia diariamente o peso da preocupação com todas as igrejas (Thlipsis). Isso é, fadiga por fora, fadiga por dentro (II Co 11. 16- 33). Uns grupos muito pequenos de pessoas ao longo dos séculos puderam com legitimidade repetir isso. Os velozes meios de comunicação cada vez mais tiram essa glória dos Cristãos. Lucas cuidou de Paulo até que ele encontrou seu martírio em Roma, por mão de Nero. Depois disso, Lucas retornou para sua pátria, onde também foi morto por seus compatriotas.

4        Lutar (do grego. agõnizomai , combater em público, agonizar, lutar, estar engajado em conflito, aplicar toda a força)   – Tudo Paulo fazia com o máximo de si, e fazia isso, por entender bem seu ministério. Ele era intenso no amar, no cuidar, no se doar, no advertir, no ensinar, no defender. Tudo o que fazia era bem feito, por que não fazia nada que não era para ele fazer (I Co 1. 17). Ninguém pode ser bom em tudo (Rm 15. 17- 20). Alguns querem ser tudo "de bom" dentro da igreja e fora dela. Começam com a bondade básica: bons crentes, bons maridos, bons pais, bons lideres; aí resolvem ser bons pastores; bons administradores; bons ensinadores; bons aconselhadores; bons apresentadores de televisão; bons blogueiros; bons twitteiros; bons políticos. Ora, ninguém pode ser bom em tudo, por todo o tempo, o tempo todo. Dessa forma não dá para se esforçar em nada e ser bom em alguma coisa. Sei de alguns pastores que até hoje, mesmo depois de mortos, tem sua voz ouvida na igreja. Tornaram-se referenciais pela única escolha que fizeram; que foi pastorear de coração integro seus rebanhos.

Essas quatro características formavam a linguagem universal de Paulo. Sua forma mais clara de anunciar Cristo aos homens. Para ele nada era mais natural do que viver essas coisas. Afinal, ele mesmo é que nos ensina que o Reino de Deus não consiste em palavras, mas, em ações virtuosas.

Obs: Definições extraídas do Dicion. Vine, CPAD.




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